Texto publicado no Dinheiro Vivo
Chegou ao Algarve com 33 anos, em 1969, com a mulher e com o desejo de produzir hortaliças no inverno, comprou um laranjal e por causa da falta de água, transformou-o num olival. Hoje produz, provavelmente, o azeite mais caro que é feito em Portugal, o Monterosa.
Rosa de von Rosen, o apelido de Detlev, ou a coisa mais parecida que conseguiam chamar a este sueco agricultor, que vende cada litro do seu azeite a 34 euros: “É o valor mais alto que o mercado me paga, mas o meu azeite não tem defeitos”, explica, orgulhoso das duas medalhas de ouro que acabou de ganhar no New York International Olive Oil Competion.
A aventura começou em 2000 quando comprou seis mil oliveiras, uma decisão precipitada, como veio a perceber mais tarde, e o primeiro azeite foi produzido cinco anos mais tarde. Hoje, do seu lagar, em Moncarrapacho, saem 10.000 litros e o objetivo é, daqui a dois ou três anos, chegar aos 20.000 litros, ou seja, 40.000 garrafas.
“Temos 20 hectares de olival plantados com as variedades Maçanilha, Cobrançosa, Verdeal e Picual”, explica Detlev von Rosen.
O volume de negócios é de aproximadamente 60 mil euros, uma gota no meio dos seis milhões de euros que fatura com a venda de plantas ornamentais. Metade é vendido no mercado interno, a outra metade exportado, sobretudo para a Alemanha, Holanda e Suécia.
Em Portugal, o azeite Monterosa pode ser comprado no El Corte Inglés, nos supermercados Apolónia e em pequenas lojas de bairro: “Nos hipermercados, não, porque não deixam provar o nosso azeite e isso é fundamental”, diz.
Von Rosen partilha a paixão do azeite com mais três sócios, outro sueco, que o acompanha desde que chegou a Portugal, e dois portugueses, todos com quotas iguais.